Novíssimo Cinema Cearense: As Vilas Volantes, Vidança e Primas [9/11]

Nos últimos anos, o cinema cearense tem se imposto de maneira inegável nos festivais de cinema com maior atenção curatorial por um cinema que investiga, se arrisca. Trata-se de uma cena instigante onde um grupo grande de realizadores tem trabalhado em constante contato uns com os outros, exercendo diferentes funções nos filmes de cada um. Desta cena já saíram longas, médias e curtas, sendo que alguns destes últimos estão em destaque na semana anterior da nossa sessão, no programa Nova Cena Cearense, da Curta Cinema.

Aproveitando-se da passagem de alguns destes cineastas pelo Rio de Janeiro, o Novíssimo Cinema Brasileiro propõe nesta sua quinta sessão um programa composto do média-metragem AS VILAS VOLANTES, de Alexandre Veras, considerado um dos pontos iniciais da produção deste grupo de realizadores, e dos curtas VIDANÇA e PRIMAS, dirigidos por Salomão Santana (o primeiro em co-direção com Annádia Leite), jovem realizador que já conta com três outros curtas e um longa na sua carreira.

Depois da sessão, como já está acostumado o espectador do NOVÍSSIMO, debate com os realizadores.

. AS VILAS VOLANTES
de Alexandre Veras 52 min 2005
Na remota costa oeste do Ceará, pequenas vilas pesqueiras seguem permanentemente movendo-se por ação do vento deslocando dunas, bem como o empuxo das fortes marés - embora a memória dessas vilas permaneça muito vívida na mente de seus habitantes - especialmente dos mais velhos. O precário espaço físico perdido é, entao, reconstruído pela força de elocução da palavra. Através do verbo, seus habitantes reconstróem lugares, hábitos e práticas, que não mais existem ou estão prestes a desaparecer.


. VIDANÇA

de Annádia Leite e Salomão Santana 10min 2007

caminho ( ) homem

. PRIMAS

de Salomão Santana 3min 2009

Francisco Cuoco visita as suas primas no interior do Ceará.

EXTRA, EXTRA!A Fuga, A Raiva, A Dança, A Bunda, A Boca, A Calma, A Vida da Mulher-Gorila [19/10]

Pela primeira vez o NCB terá uma sessão extra: exibiremos o longa A Fuga, A Raiva, A Dança, A Bunda, A Boca, A Calma, A Vida da Mulher-Gorila, dirigido por Felipe Bragança e Marina Meliande.

O filme, que arrebatou os prêmios do Júri da Crítica e do Júri Jovem no Festival de Tiradentes este ano, teve sessão lotada na Semana dos Realizadores. O público carioca terá então mais uma chance de assistir ao longa e, ainda, de conversar com os diretores após a sessão.

A FUGA, A RAIVA, A DANÇA, A BUNDA, A BOCA, A CALMA, A VIDA DA MULHER-GORILA

Dir. Felipe Bragança e Marina Meliande 82min 2009

Duas meninas em uma van nesta aventura musical na estrada. Uma história sobre ódio, alegria, uma praia, cana de açúcar e um pouquinho de música. Filmado em uma viagem de oito dias pelas redondezas do Estado do Rio de Janeiro.

Mais sobre o filme:

Teaser do filme no Youtube

Crítica de Fábio Andrade na Revista Cinética

Crítica de Marcelo Miranda na Filmes Polvo

Crítica de Cid Nader na Cinequanon

Crítica de Paulo Ricardo de Almeida na Revista Moviola

Favela On Blast [12/10]

A terceira sessão do NOVÍSSIMO acontecerá novamente em uma segunda-feira de feriado, desta vez no dia 12 de outubro. O filme exibido será Favela on Blast, documentário musical de Leandro HBL e Wesley Pentz (DJ Diplo) acerca do universo do funk carioca.

O filme busca, por meio de entrevistas, encontros e vivências junto aos funkeiros, montar um quebra cabeça improvável da cultura popular. O baile funk carioca, sua música e seus personagens retratados através de um olhar atento e cúmplice. Após a sessão, debate com o diretor Leandro HBL e integrantes da equipe.

E, em 19/10, teremos sessão-extra do Novíssimo, com A Fuga da Mulher-Gorila, de Felipe Bragança e Marina Meliande.


FAVELA ON BLAST
Dir. Leandro HBL e Wesley Pentz 80min 2008
FAVELA ON BLAST mostra a cultura em torno do funk carioca, ritmo musical que mescla o funk eletrônico americano da década de 80 com as diversas influências da música brasileira. O documentário revela o universo particular do funk, um mundo composto por personagens de talento marcante e notórias “inadequações”, além do baile funk enquanto local de interação entre seus freqüentadores: os funkeiros, DJ’s e MC’s.

Leia mais sobre o filme:
Na Revista Cinética (por Eduardo Valente)
Na Filmes Polvo (por João Toledo)

Dia dos Pais e Querida Mãe [07/09]

A segunda sessão do NOVÍSSIMO CINEMA BRASILEIRO acontecerá no próximo dia 7/9, e exibe dois documentários, sendo um curta (Querida Mãe, de Patrícia Cornils) e um longa metragem (Dia dos Pais, de Julia Murat e Leonardo Bittencourt). De maneiras distintas, os filmes traçam um delicado painel emocional onde os objetos, o tempo e o espaço vão misturando-se aos próprios diretores, dialogando com questões muito presentes no cinema contemporâneo sobre subjetividade e objetividade no documentário.

Enquanto o filme de Patrícia Cornils faz sua estreia carioca, nesta que será sua segunda exibição pública, o filme de Julia Murat e Leonardo Bittencourt participou do prestigioso festival de documentários Cinema Du Réel, em Paris, e competiu no ano passado no É Tudo Verdade. Depois da sessão, os três diretores participam de um bate-papo sobre seus filmes.

DIA DOS PAIS
Dir. Julia Murat e Leo Bittencourt 73min 2009

Uma viagem por quatro pequenas cidades da antiga e rica região do café, hoje abandonada. A importância histórica e econômica do passado transparece indiretamente pela memória da linha do trem e de suas antigas fazendas em contraste com o presente e o cotidiano pobre enfocados no filme. Em um estilo de cinema direto acompanha-se o dia-a-dia dos personagens e das cidades que compõem o documentário. Seguindo viagem chegamos a Bananal, cidade de origem da família da diretora Julia Murat.
(Seleção Oficial dos festivais Cinéma du Réel e É Tudo Verdade)

Leia mais sobre Dia dos Pais, na Revista Cinética

QUERIDA MÃE
Dir. Patricia Cornils 26min 2009

Zélia Maria, pernambucana, mudou-se para São Paulo depois de seu casamento, em 1966. O marido havia encontrado um emprego na região do ABC paulista. A matéria-prima de Querida Mãe, são as cartas que Zélia escreveu para Recife, naquele ano. E a memória construída pela diretora, com base nos textos das cartas.

André Sampaio [03/08]

André Sampaio, primeiro cineasta convidado para esta série, é um realizador atuante e extremamente versátil, indo sempre com enorme energia criativa dos curtas e documentários às séries de ficção, passando por médias, co-direção de um longa e, em breve, seu primeiro longa-metragem de ficção solo - isso para não falar de sua importante carreira como montador de trabalhos de outros realizadores. A escolha de André, que assim como nós é um recente ex-aluno do curso de cinema da UFF, nos permitiu ainda ter como parceiro na estreia dessa iniciativa o Festival Brasileiro de Cinema Universitário que, até por coerência com o seu recorte, sempre foi um evento com os pés fincados no presente e no futuro do cinema brasileiro.


Luiz Paulino dos Santos

. ESTAFETA – LUIZ PAULINO DOS SANTOS
de André Sampaio 53 min 2008
Aventura do cineasta Luiz Paulino dos Santos através de 40 anos de vivência no cinema brasileiro, do cinema à espiritualidade, na linha do Santo Daime. Memória de filmes conhecidos, como “Um Dia na Rampa” e “Barravento”, além de filmes perdidos ou perseguidos, como “Mar Corrente”, “Crueldade Mortal” e “Insônia”.
Leia sobre Estafeta na Contracampo (por Rodrigo de Oliveira)
Leia sobre Estafeta na Filmes Polvo (por Leonardo Amaral)

. Trailer de STROVENGAH - TODOS OS OLHOS

de André Sampaio 4 min 2009

Primeiro longa-metragem de ficção dirigido somente por André Sampaio, atualmente em fase de pré-finalização.

. RUA NETUNO MORADA DO SOL

de André Sampaio 17 min 2005

Retrato do artista acreano Ivan Campos. O filme percorre e detalha sua pintura inspirada no encantamento da floresta.

Ivan Campos

O que é o Novíssimo Cinema Brasileiro?

Em agosto de 2009 iniciam-se as atividades do Novíssimo Cinema Brasileiro, sessão mensal de cinema no Cine Glória.

Sempre com uma sessão especial seguida de debate, pretendemos colocar em evidência uma nova geração de realizadores que tem apresentado, de maneira consistente, filmes que trazem em suas propostas artísticas um grande vigor e inquietude. Longe de querer definir nomes ou rumos, a intenção é abrir uma - ou diversas - janelas para que, juntos, reflitamos acerca do cinema que fazemos hoje e sobre o que possivelmente desejamos para amanhã. Pensar obras, pensar movimentos, pensar cenas, pensar realizadores... trabalhando sem limitações de formato ou duração.

Acima de tudo queremos poder ver e deixar ver um cinema que muitas vezes tem encontrado pouco espaço não só para ser exibido, mas principalmente para ser discutido e colocado em contato constante com um público ávido por ver algo de diferente e instigante. Porque, se como já dizia um certo cineclube querido, "o cinema é a nossa cachaça", nada melhor do que brindá-lo e sorvê-lo com quem também partilha do vício.

Eduardo Valente e Lis Kogan
Idealizadores e curadores